SINGAERJ - Sindicato dos Guardadores de Automóveis

É praticamente impossível estacionar o veículo na região central de Cuiabá sem ser abordado pelos chamados guardadores de carros. Há uma nítida disputa inclusive entre esses guardadores e os funcionários da Prefeitura de Cuiabá que atuam na Faixa Verde. O certo mesmo é que o motorista tem que pagar. A Faixa Verde porque não pagando leva multa. Os flanelinhas, como também são conhecidos, pelo medo de sofrer algum prejuízo material ou mesmo físico. Essa é uma realidade.

Centenas de guardadores de carros disputam espaço e dinheiro com os funcionários da prefeitura durante o dia e tomam conta do espaço no período da noite. Eles se concentram nos locais mais movimentados da cidade, sempre pedindo para cuidar de carros em troca de uma quantia em dinheiro.

A primeira impressão é que encontraram um meio de ganhar dinheiro, sem ter que roubar. Porém, a forma como essas pessoas atuam requer atenção das autoridades. A forma de abordagem intimida e amedronta a maioria dos motoristas, que se sentem coagidos a pagar para deixar o veículo estacionado em via pública.

A abordagem geralmente se dá na porta do veiculo e existe inclusive uma espécie de loteamento da área central. Os flanelinhas se dizem "os donos do pedaço" e defendem aquele espaço como verdadeiros proprietários. Sempre são registradas brigas entre eles, devido a "invasão do território".

Comerciantes reclamam que os flanelinhas "espantam " seus clientes pois, antes mesmo de descer do carro, recebem a abordagem. O uso de drogas entre essas pessoas também é fato rotineiro. Na Companhia Comunitária da Polícia Militar do Bosque da Saúde, as chamadas são constantes por conta dos flanelinhas, principalmente à noite.

Muitos são recolhidos e um fato constatado pela Companhia é que a maioria tem passagem pela Polícia e usa drogas. Para a Polícia Militar o que eles consideram trabalho é, na verdade, uma diversão pois fazem o que querem, não respeitam ninguém e ainda ganham dinheiro

Outro fato que chama atenção é que a grande maioria das vítimas, geralmente de assaltos por flanelinhas ou agressão, desistem de representar contra os guardadores de carros. A maioria das pessoas chama a Polícia, mas se recusa a representar contra quem a ameaçou ou intimidou. Ficam com medo de a pessoa voltar. As mulheres costumam ser as principais vítimas por sentirem-se ameaçadas.

É uma situação complicada, que precisa ser avaliada por prefeitura e mesmo pelos órgãos de assistência social do Governo do Estado. Cadastrar esses flanelinhas é importante. É claro que todos tem direito de trabalhar e tirar seus sustento. Porém, para isso há normas, leis que devem ser seguidas. E a segurança da população deve ser priorizada.